Reflexões de quem vive entre dados e ciência, entre decisões e o cuidado com a terra
por Erika von Zuben, Diretora da HERA Consultoria
Neste 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, é inevitável — e necessário — fazer uma pausa.
Entre relatórios, estratégias e reuniões, há um lembrete firme — e também delicado — de que o meio ambiente não é um setor, um passivo, uma exigência legal, tampouco um apêndice da gestão empresarial. Ele é o pano de fundo silencioso — e essencial — de todas as atividades humanas.
Atuo há décadas no gerenciamento de áreas contaminadas, na investigação de passivos ambientais, na construção de soluções técnicas para riscos invisíveis. Conheço de perto os desafios da remediação, das decisões críticas, das pressões do tempo e da legislação.
Mas também conheço — e honro — as camadas mais sutis dessa atuação: a responsabilidade com o futuro, o cuidado com o solo como corpo vivo, o respeito pelas águas que guardam memórias e toxinas.
Na HERA Consultoria, convivemos diariamente com os efeitos da negligência ambiental: aquíferos contaminados, áreas industriais desativadas com passivos ocultos, licenças emitidas sem o devido embasamento técnico. Mas também acompanhamos de perto o outro lado — empresas que escolhem agir com responsabilidade, que enfrentam os riscos de frente, que fazem perguntas difíceis e estão dispostas a escutar as respostas.
Nosso trabalho é técnico. Mas ele exige algo mais. Exige coragem para reconhecer problemas antes que eles se tornem crises. Exige ética para não relativizar os impactos. E exige visão para compreender que o cuidado com o meio ambiente não é uma exigência externa, mas um valor interno de qualquer organização que queira ser relevante e perene.
Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, o convite que deixamos é direto e profundo:
- Que os dados ambientais sejam tratados com a mesma seriedade que os indicadores financeiros.
- Que a remediação não seja vista como uma punição, mas como um compromisso com a recuperação.
- Que a prevenção ganhe o espaço que merece nas decisões estratégicas.
- Que a sustentabilidade não seja apenas um discurso estratégico, mas uma prática de coerência e respeito.
O futuro não será sustentável por acaso. Ele será fruto de decisões técnicas, sim — mas, sobretudo, de decisões corajosas e coerentes.
Na HERA, é esse futuro que buscamos construir. Com ciência, com escuta, com estratégia e com responsabilidade.
Porque no fim, o meio ambiente não precisa da gente. Mas nós, sim, precisamos dele — limpo, vivo, íntegro.
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